Saturday, June 3, 2023

Presença do Txeka na Mesa Redonda Sobre Manifestos Eleitorais “Advogando para Manifestos mais Inclusivos” organizada pelo Instituto para a Democracia Multipartidaria - IMD


 

Moçambique tem realizado eleições gerais desde 1994 e autárquicas desde 1998. E, sempre

que estes processos se aproximam o espaço público é invadido por discursos de candidatos

e/ou dos seus partidos políticos para convencer ao eleitor a alinhar o seu voto com

determinada organização política. O cidadão eleitor igualmente vê o período como sendo

momento de julgar a acção política e oportunidade de finalmente indicar os seus futuros

dirigentes pelo período determinado para outra eleição. Este, se vê na grande força de

orientar o seu destino a partir do simples acto do voto.




É na verdade o tempo de grande intensidade política e, obviamente de proximidade entre o

candidato a eleito e o eleitor. Captar a expectativa deste último e desenhar uma visão que

garanta a aceitação e um programa de acção real para o futuro dirigente é o desafio maior

que caracteriza a relação entre o candidato e o cidadão-eleitor. O manifesto eleitoral tenta

ser a síntese desta intensidade entre a expectativa do eleitor e capacidade inovadora do

candidato em convencer e aliciar o acto de voto em seu favor.




Em facto, neste período o manifesto eleitoral torna-se no instrumento sui generis de

compromisso e trato entre os actores, de enquadramento e ferramenta de marketing do

político. Concebido como uma declaração escrita e pública através da qual um candidato ou

um partido político concorrente a eleição expõe um programa de acção ou uma posição

política, ele estabelece em geral um conjunto de intenções e os modos de acção estratégicos

e técnicos do futuro eleito. No entanto, representa igualmente uma encenação e, em prática,

uma porosidade entre tentativa de convencer a todo o custo e dizer verdade sobre as acções

futuras.

Entre a sua banalidade em termos de importância para orientar o voto e a sua

indispensabilidade para todas as organizações políticas que se queiram apresentar nas

eleições, o manifesto eleitoral vira a linguagem de promessa (simples propaganda política) e

dispositivo de julgamento da capacidade do candidato ou do seu partido em levar a bom

termo a acção colectiva na qual se propõem. O comprometimento com as promessas do

manifesto e as acções reais posteriores podem condicionar a decisão do eleitor para sua

intervenção na esfera pública.

Vezes sem conta, as promessas simplesmente interessadas em atrair o eleitor ao voto sem

correspondência às acções reais, influenciam na participação e engajamento político do

cidadão-eleitor. Ou seja, nalguns momentos os manifestos eleitorais podem desacreditar a

política, criar ou elevar o desinteresse pelas eleições, por consequência os índices de

abstenção podem crescer.

Consciente da importância dos manifestos eleitorais para além do simples período das

eleições, o Instituto para Democracia Multipartidário (IMD), através da Academia Política da

Mulher, dentro de seu compromisso de construir um ambiente político sustentável engajado

entre a acção política e o social inclusiva e participativa, pretente organizar uma Mesa

Redonda, como um momento impar para que os actores politico-eleitorais, em particular o

cidadão/sociedade civil, influencia para que os manifestos sejam mais sensíveis as

preocupações das mulheres, jovens e pessoas com deficiência.

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